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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

1a Viagem Missionaria em Caiena, Guiana Francesa


A minha viagem missionária à Caiena, Guiana Francesa
     Nesta Terça feira 14 de Setembro, embarquei no Coronel José Júlio, um barco de ferro de tamanho médio, em direção à Macapá, estado do Amapá.  A viagem tem uma média de duração de 26 horas. As paisagens deslumbrantes da Amazônia cativam a atenção dos viajantes que nunca se esquecerão dos clichês visuais capturados pela memória. Aproveitando da viagem, comecei a distribuir panfletos a muitas pessoas que se encontravam no barco. A mensagem trata-se de Deus oferecendo ao leitor a oportunidade de receber Seu filho Jesus a entrar na sua vida. Logo depois, uma senhora veio a mim para me agradecer pela mensagem que lhe tinha tocado o coração. Ela se emocionou enquanto me contava as provas que estava passando e a difícil escolha que tinha que fazer na sua vida. Eu a convidei a orar comigo para receber Jesus no seu coração, o que ela fez sem hesitação. Esta foi a primeira alma que ganhei para Jesus nesta viagem. 
     Macapá se encontra na linha do equador e, portanto, tem um clima equatorial, seis meses de verão, ou seja  pouca chuva e muito calor, e seis meses de inverno, com chuvas mais freqüente, curtas e muito fortes. Na saída da cidade se encontra o monumento da linha imaginária que separa os hemisférios norte e o sul, visitados por milhares de pessoas vindo de todos os cantos do mundo.
     Eu viajo à Macapá aproximadamente duas vezes por ano desde Novembro de 2001, tendo levado alternativamente comigo sete diferentes ajudantes e até hoje, conheço muitas pessoas que regularmente adquirem o nosso material evangelístico. Muitos cristãos, de várias denominações religiosas, sempre me recebem com alegria, pois o tipo de material que produzimos e oferecemos não é comum e é procurado e apreciado como ferramenta valiosa para ajudar a desenvolver um relacionamento mais íntimo  com Jesus Cristo.
 No mesmo dia em que eu cheguei à Macapá, peguei o ônibus da empresa Amazontur às 19 horas para Oiapoque, a pequena cidade-fronteira com a Guiana Francesa. Por muitos anos, a estrada que leva a Oiapoque tem sido em péssimo estado, provocando atolamentos de muitos veículos que por ali circulam e pondo em perigo as vidas dos viajantes, devido aos deslizamentos dos próprios veículos e assaltos aos passageiros. Hoje, aproximadamente 60 por cento do caminho é asfaltado e isto facilita o trânsito; restam só uns 170 quilômetros a ser restaurados para que a estrada seja praticável para todos os tipos de transportes. Entretanto, a paisagem florestal da  estrada de Macapá à Oiapoque é um show de beleza natural. O estado do Amapá possui uma riqueza deslumbrante de flora e fauna, devido às leis de conservação e proteção do meio-ambiente mais estritas da região amazônica.
     Cheguei às 7h30 da manhã à Oiapoque, cansado e desgastado por uma noite quase sem dormir. A visita à polícia federal é imperativa para carimbar o passaporte antes de sair do Brasil. Bem que eu tenha um visto permanente, explicou o oficial, se eu saísse do país por mais de dois anos, eu perderia meu direito de permanência. Portanto é necessário carimbar o meu passaporte antes de entrar na Guiana.
Depois de cambiar os meus poucos Reais em Euros, embarquei na “voadeira”, uma pequena embarcação metálica motorizada, num passeio de 15 a 20 minutos no rio Oiapoque. Na travessia, se podem admirar os dois pilares da futura ponte que conectará o Brasil à Guiana Francesa, um majestoso pilar de cada lado; muito impressionante! (ver clipe)

Atracamos finalmente em Saint George de l’Oiapoque, onde uma van me esperava, junto aos outros viajantes em direção a Caiena. Em três horas de viajem numa estrada serpenteada, chegamos à Caiena sob o sol escaldante, no calor de uma hora da tarde. Aonde ir? Onde passarei a noite? Neste momento começava a verdadeira aventura! Nesta viagem, a minha fé ia ser provada!  
Chegar numa cidade francesa desconhecida com o valor de 50 Euros é um desafio e tanto para um missionário! Eu não conhecia absolutamente ninguém; nem tinha suficiente dinheiro para pagar um quarto de hotel, por tão simples e humilde que seja; eu estava carregado com duas bolsas pesadíssimas num carrinho com a alça dobrada pelo peso, num calor quase insuportável. Mas eu sabia que precisava de uma situação impossível para Deus fazer um milagre. E foi isso que aconteceu! Quando estava na van que me levava, perguntei ao meu vizinho passageiro, que era brasileiro, onde eu podia achar
uma igreja que pudesse me receber e possivelmente me alojar, ainda que seja por uma noite só. Ele me deu algumas indicações de bairros onde eu poderia encontrar seus conterrâneos e a área onde estava situada a conhecida Assemblée de Dieu (Assembléia de Deus). Graças a Deus, uma congregação Pioneira se encontrava a cinco minutos a pé do lugar onde a van me deixara. Mas como para provar a minha fé, aquela igreja estava fechada e eu estava ainda aparentemente na mesma situação. De repente Deus, na Sua grande misericórdia, me impulsionou a andar um pouquinho mais para frente, onde ia encontrar alguém que podia me auxiliar. De fato, uma mulher estava conversando na calçada com outra pessoa na rua e o carro dela estava estacionado por perto. Pelo jeito dela, parecia ser parte de alguma igreja evangélica, então perguntei à outra mulher que estava dentro do carro, acompanhada de uma criança, se ela sabia onde eu poderia achar o pessoal daquela igreja. Foi então que a dona do carro voltou e vendo a necessidade, ofereceu de me levar à outra igreja, onde eu poderia encontrar o Pastor ou a esposa dele e obter a ajuda deles. Esta mesma noite, invés de um lugar confortável e aconchegante, eu ia passar a noite em um dos lugares mais simples e precários que já estive na minha vida. Mas ali, neste ninho de pobreza, a minha segunda alma nesta viagem foi salva! O homem que me hospedava estava rodeado de duas famílias de imigrantes da Guiana Inglesa, morando num outro barraco no mesmo terreno, cheio de entulho e infestado de ratos correndo acima dos forros durante a noite. Sem torneira nenhuma, qualquer uso de água implicava uma volta da casa para pegar do poço a quantidade  necessária. Uma das crianças, um rapazinho de 10 anos, filho de um dos vizinhos, estava  conversando comigo e com um coração puro e mais que receptivo, convidou Jesus para entrar no seu coração.
     A noite seguinte, eu estava visitando a igreja para tentar de conhecer mais cristãos, na esperança de que um dos membros me acolhesse na sua casa, quando encontrei Patrick, um dos poucos, para não dizer raros, franceses verdadeiramente cristãos. Eu lhe expliquei a minha situação, que eu precisava urgentemente achar um lugar mais decente para permanecer uns três ou quatro dias com as comodidades de um bom banho, uma certa segurança e a possibilidade de lavar as minhas roupas. Foi então que ele me apresentou à Samuel, um solteiro da igreja que morava só num kitchenet, ao primeiro andar de um prédio rachado, perto do centro da cidade. Samuel concordou em me receber por três noite. Isto, senti, era o amor e a grande misericórdia de Deus! Maquina de lavar roupas, ferro de passar, televisão plasma, internet com wi-fi, que ia me permitir de entrar em contato com meus amados de Belém; enfim, mais do que podia se esperar! Os pais de Samuel moravam no mesmo prédio, no quarto andar, e me receberam  amavelmente para almoçar e fizemos boas amizades. Samuel é uma pessoa de bom coração e sem a hospitalidade dele, eu não sei onde eu ia parar. Eu agradeço o Senhor por Sua fidelidade e cuidado por colocar pessoas como ele no meu caminho.
Os nossos calendários devocionais tiveram  o maior sucesso! Todas as pessoas à quem eu mostrava este nosso material cristão se maravilhavam e me pediam de retornar outra vez com os mesmos itens, só que em francês! Duas livrarias se interessaram muito em revender os calendários, principalmente, dando elogios sobre a qualidade e a apresentação do material.
Na Quarta feira, 22 de Setembro, já havia encontrado muita gente, feito vários contatos e muitas amizades, deixado o testemunho de que um missionário de A Família Internacional havia passado em Caiena, e senti que era tempo de ir à Macapà antes de voltar para Belém. Deus já tinha preparado o caminho, pois um irmão na fé, membro da Assembléia de Deus, estava disposto à me levar, junto de Paulo, um simpático pregador português, de camionete até Saint George. Na minha mente carnal, as coisas não tinham se desenvolvido exatamente como eu havia imaginado, mas eu me sentia abençoado por ter tido a oportunidade de visitar Caiena pela primeira vez e ter divulgado o nosso maravilhoso material, e me prometi, se Deus quiser, de voltar quando puder, com literatura na língua francesa.
A volta para Macapá foi outro milagre, começando com essa carona grátis. Quando chegamos em Saint George, a voadeira já estava pronta para nos levar nas águas do rio Oiapoque até a pequena cidade brasileira do outro lado da fronteira. Desta vez
aproveitei para filmar esta ponte; bem, pelo menos os pilares construídos de cada lado do rio (ver clipe).
Um outro milagre estava à nossa espera; um motorista daquela camionetes 4X4 que fazem a “navette” (idas e voltas) entre Oiapoque e Macapá. O meu desejo inicial era de viajar a noite de ônibus e chegar à Macapá de manhã, mas o meu companheiro de viagem português, bom “pechinchador”, fez questão de me convidar a viajar juntos pelo preço de 80 Reais cada, invés do “estabelecido” preço de 120 Reais. Isto cobria o preço do ônibus de 65 Reais, mais o taxi que me levaria da rodoviária até o hotel; só que levamos sete horas e meia, invés das 13 horas de ônibus.  
A viagem de Oiapoque à Macapá é uma das coisas mais emocionante para um aventureiro! O nosso motorista era obviamente muito familiar com os muitos buracos e perigos da estrada. Ele tinha percorrido este trajeto por anos e se permitia de dirigir em certos trechos na velocidade de 120 quilômetros por hora, e 140 na pista asfaltada! Isto é que se chama perigo! Deus é verdadeiramente fiel em nos proteger quando corremos riscos fora da nossa vontade, ou seja, sem ser de propósito!  Ás 19h30, depois de muitas sacudidas e poeira, alcançamos  Macapá, felizes e cansados. A camionete me deixou no hotel onde sempre paro quando viajo ali. As minhas bolsas ainda estavam bem pesadas com muito material que não tinha sido distribuído. Então não foi sem grandes esforços físicos que transportei as bolsas até o meu quarto, no andar superior do hotel. Eu tinha então que passar uma boa noite de descanso para estar pronto para os milagres estonteantes que Deus ia fazer no dia seguinte.
Quando acordei de manhã, já pensava em uma pessoa que eu sabia que precisava da minha visita, a nossa amada Nilceia! Uma amiga muito querida que conheci dois anos atrás. Desde então, nos encontramos cada vez que viajo à Macapá, nos contamos as nossas vidas e as coisas que Deus faz ou permite nas nossa existência. Nós, aqui em Belém, a consideramos como uma irmã na fé e oramos regularmente por ela. 
     Nilceia passou por muitas dificuldades depois no nascimento da sua segunda filhinha que teve que ser operada por causa de atrofiamento do estômago. Outras áreas de sua vida também precisavam e ainda precisam de muitas orações. Mas graças à Deus, Graziela já está bem melhor e é um amor de bebê! Um verdadeiro presente do Céu, diretamente da mão de Deus! Visitei também a nossas queridas Vilma, Neici, Rosa, que sempre adquiram o nosso material com muita alegria, isso sendo também um tremendo apoio para a nossa missão local de Belém. Andrea, a dona do restaurante Goiano, que por pelo menos dois anos tem nos sustentado com almoços deliciosos, se mostrou fiel e leal e me deu seu apoio mais uma vez, (na verdade, duas vezes!) Que Deus abençoe todas essas pessoas sem quem o nosso trabalho missionário não teria o desempenho que tem. Deus, com certeza, se lembrará delas e de seus esforços amorosos. 
Apesar do pouco de tempo que eu dispunha para financeiramente compensar esta longa viagem, Deus é fiel e poderoso para cumprir as Suas promessas de provisão e suprimento  e Ele mostrou este poder de forma maravilhosa. Em apenas dois dias, Ele abriu portas que me permitiram de distribuir a quantidade de literatura que normalmente levaria cinco a seis dias de trabalho duro. Glória ao Seu nome! 
     Finalmente, este Domingo, 26 de Setembro, A hora de voltar para casa estava á porta. Eu precisava falar com o gerente do hotel onde eu tinha ficado durante esses três dias, Sr Walter, antes que seja tarde demais para pegar o navio de volta para Belém. Eu precisava pedir-lhe o favor de uma cortesia para a minha estadia, pois acima do custo da passagem de barco,  as despesas seriam muito pesadas para mim. Graças à Deus, depois de ter orado e ter-me esforçado para confiar no Senhor, o homem chegou e, Deus o abençoe, ele concordou, e deu a cortesia. Isto foi outro milagre de provisão e o carimbo de aprovação para a minha volta. Isto e mais outro. Quando cheguei ao porto de Santana, onde o navio esperava seus passageiros, o gerente do barco, que me conhecia de precedentes viagens, me deu um desconto de cinqüenta por cento, o que foi um alívio e uma grande alegria. Na viagem de volta à Belém, distribui uns 150 panfletos que foram muito bem recebidos e lidos com muito carinho.
Em 26 horas, eu estava finalmente chegando em Belém. Eu estava em casa.  
      Eu quero agradecer  as poucas pessoas que me ajudaram especificamente a arcar com as despesas da ida desta viagem.  Sr Barata (Casa Koly), Sérgio (Super Frutas), Armando Morikawa (Ceasa) e Alexandre Vieira (Ceasa). Que Deus os abençoe!







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